No Rio de Janeiro, o jornalista Ricardo Boris, 48 anos, também aproveita os benefícios à saúde resultantes da prática regular de atividade física. Há oito anos, ele decidiu que queria uma melhor qualidade de vida para acompanhar o crescimento da filha e envelhecer com autonomia e boa mobilidade. Fez as pazes com sua bicicleta, matriculou-se em uma academia e, como recompensa, perdeu os quilos em excesso, controlou a hipertensão, diminuiu taxas de colesterol e glicose e ainda se sentiu estimulado para ficar de olho naquilo que comia: “Não sou nenhum atleta radical”, ponderou Ricardo, explicando que trocou “uma alimentação de excessos por uma que me permita excessos”. (…)
Um dos coordenadores do projeto UniverCidade ConvidAtiva, na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), o educador físico [o termo correto é Profissional de Educação Física] Elton Alves Andrade [CREF 001152-G/MT] aponta para o potencial do exercício físico no combate às doenças crônicas. O projeto, parceria entre o Núcleo de Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Esporte e Saúde, do curso de Educação Física, e a Secretaria de Estado de Saúde do Mato Grosso, associa a formação de estudantes dos cursos de Educação Física, Medicina, Enfermagem, Psicologia e Nutrição à oferta de atividades físicas e esportivas para cerca de 400 pessoas portadoras de diabetes, hipertensão e cardiopatias, entre outras doenças crônicas. Elton informou que o acompanhamento profissional destas pessoas tem possibilitado a elas perda de peso e melhora na circulação, além da diminuição das taxas de glicose no organismo e de outros fatores associados, como retinopatias e o chamado “pé diabético”.
Os ganhos vão além das mudanças na aparência e nos indicadores de saúde, aponta Jorge Steinhilber [CREF 000002-G/RJ], Presidente do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF). Em conversa com a Radis, ele destacou a relação existente entre boa aptidão física e desenvolvimento cognitivo, manifestando sua preocupação com a Medida Provisória (MP) 746/2016, que entre outras mudanças no Ensino Médio, torna facultativa a disciplina de Educação Física. “Está comprovado que as crianças aprendem com maior facilidade quando em melhor condição física”, explicou. A não obrigatoriedade da atividade física nesta fase da vida alertou Jorge, contribuirá, inclusive, para o aumento da obesidade, que segundo ele, já é considerada epidemia entre adolescentes no país.
Fonte: Revista Radis