Guaratinguetá, 08 de maio de 2020.
Caro associado,
O Conselho de Administração e o Conselho Deliberativo do Itaguará estão atentos ao cenário atual provocado pela pandemia da COVID-19, que, infelizmente, repercute de maneira devastadora na vida da população mundial. Seguir as regras legais e cuidar da saúde dos associados e dos colaboradores é a prioridade número um para a gestão atual, democraticamente eleita. Vale registrar que desde o início desta crise, o Conselho de Administração, assessorado pelo Conselho Deliberativo, adotou diversas providências relacionadas à gestão financeira do Clube, avaliando o aumento e/ou a diminuição de custos, a diminuição de receitas, enfim, controlando e gerenciando o que era necessário e possível.
É preciso reforçar a ideia de que o Clube é uma associação sem fins lucrativos. Não somos prestadores de serviços. Nosso orçamento é enxuto e a gestão do Clube fica atrelada a uma peça orçamentária aprovada pelo Conselho Deliberativo e controlada pelo Conselho Fiscal. Com efeito, em respeito ao Estatuto, qualquer mudança no orçamento depende de aprovação do Conselho Deliberativo, órgão supremo do Clube.
Feitas essas considerações, deve-se destacar que o Conselho de Administração vem promovendo criteriosa e responsável análise dos dados financeiros iniciais, colhidos em parte no mês de março e no mês de abril, concluindo-se, em um primeiro momento, que houve um baixo impacto no orçamento, sobretudo nas despesas do Clube, sendo todo esse trabalho realizado por uma comissão emergencial mista, com o apoio direto de outras frentes de trabalho do Clube, inclusive da Comissão de Expansão e da Comissão Jurídica. Com base nessas conclusões iniciais, foi elaborado um programa emergencial para diferir o pagamento das mensalidades, como já foi divulgado. Esse programa foi apresentado e encaminhado à mesa do Conselho Deliberativo, que o aprovou em reunião convocada para tal finalidade. Registre-se que a referida opção pelo diferimento foi adotada em virtude de ainda não termos dados suficientes para decidir, de maneira segura e responsável, sobre a viabilidade de se abrir mão de uma receita essencial sem colocar em risco a manutenção do clube e o emprego de nossos colaboradores.
Frisamos que a proposta inicialmente aprovada pelo Conselho Deliberativo foi acompanhada de dados e informações que continuaram a ser coletados até o final do mês de abril e se estenderão até meados do mês de maio. A partir disso, com informações contábeis e orçamentárias mais precisas e claras, será possível ao Conselho de Administração, com o auxílio dos demais órgãos, rever o programa emergencial, visando, se o caso, adequá-lo à uma realidade que ainda não conhecemos, sendo concreta a possibilidade de uma redução na taxa de manutenção do Clube.
Entendemos a preocupação dos associados que buscam o efetivo desconto na mensalidade e, inclusive, nos solidarizamos, mas na condição de gestores, devemos zelar pela manutenção dos interesses do Clube em sua integralidade, sem comprometer ou colocar em risco a sua solidez financeira, afinal, como todo o país, também sofremos com a perda de receitas que estão muito além da taxa mensal ou anualmente paga pelos associados.
Por obviedade, desde o início da “quarentena” o Conselho de Administração promoveu inúmeras medidas que resultaram na diminuição dos nossos custos, porém os dados coletados até o momento indicam que a economia efetivada ainda não é suficiente para contrabalancear as novas despesas, que também surgiram de forma imprevista devido ao que estamos vivenciando.
De todo modo, as presidências do Conselho de Administração e do Conselho Deliberativo já estão alinhadas no sentido de reavaliar as medidas adotadas tão logo tenhamos em mãos novos dados financeiros e contábeis do Clube, tudo, insistimos, de maneira responsável, austera e em conformidade com o nosso Estatuto.
Nos parece importante esclarecer, ainda, que a atual gestão vem enfrentando com orgulho e dignidade o maior desafio da história do Clube, que pela primeira vez foi obrigado a fechar as suas portas aos associados. Fácil seria, para todos nós, tomarmos uma decisão política e de rápida aceitação (certamente repleta de elogios e afagos), como, por exemplo, reduzir aleatoriamente as mensalidades ou, como cogitado em algumas redes sociais, fazer uso das reservas financeiras do Clube para subsidiá-las. São diversos os exemplos, alguns deles bem próximos a nós, de Clubes que não foram responsáveis nas suas gestões e acabaram fechando suas portas ou comprometendo seriamente a sua estabilidade financeira e perspectivas futuras. Mesmo com todas as críticas, e com todo o bom senso que nos cabe, não podemos e não devemos agir sem a prudência, seriedade e responsabilidade que o momento requer.
Não se pode esquecer que todos os receios e inseguranças vivenciados atualmente pela humanidade, também são compartilhados pela atual gestão, que mesmo diante das adversidades, continua abrindo mão dos seus momentos de descanso, se expondo ao vírus que nos assola e, de maneira absolutamente altruísta e sem qualquer remuneração, arregaçando as mangas e trabalhando em benefício do Clube e seus associados.
Enfim, em um momento tão delicado só nos resta pedir compreensão e paciência aos associados, além de destacar que qualquer tipo de mudança passa, necessariamente, pelo Estatuto do Clube e seu Conselho Deliberativo. Em conclusão, valem as palavras de Hannah Arendt: “O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e existe somente enquanto o grupo se conserva unido”.
[vc_btn title=”PARECER DA COMISSÃO FINANCEIRA” style=”gradient-custom” gradient_custom_color_1=”#00205b” gradient_custom_color_2=”#013696″ size=”lg” align=”center” link=”url:https%3A%2F%2Fwww.itaguara.com%2Fportal%2Fwp-content%2Fuploads%2F2020%2F05%2Fitaguara-parecer-da-comissao-financeira-1.pdf||target:%20_blank|”]
